Tuberculose: combate à epidemia silenciosa depende de diagnóstico precoce e comprometimento com o tratamento

Por: Secretaria Municipal de Comunicação
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O que pode parecer apenas uma tosse insistente por mais de duas semanas, carrega a possibilidade de ser tuberculose, uma doença infecciosa e transmissível que, embora tenha tratamento eficaz e gratuito, oferecido pelo Sistema Único de Saúde (SUS), mata, em média, seis mil pessoas por ano no Brasil. Trata-se da doença infecciosa que mais mata no mundo, segundo dados da Organização Mundial de Saúde.

Apesar da gratuidade do tratamento, combater a tuberculose continua sendo um desafio. Em uma comunidade, uma pessoa com tuberculose pulmonar ou laríngea ativa, sem tratamento, pode infectar de 10 a 15 pessoas ao longo de um ano.

Em Manaus, em 2024, foram registrados mais de 3 mil novos casos de tuberculose. Em 2025, a capital amazonense já contabiliza 408 novos casos. Em 2024, o total foi de 3.122 casos, representando um aumento em relação a 2023, quando houve 2.845 notificações.

Dentre os casos registrados no ano passado, 23% dos pacientes com tuberculose pulmonar confirmada laboratorialmente não completaram o tratamento. O tratamento dura no mínimo seis meses, sem interrupções, e, em geral, após 15 dias de uso dos medicamentos, o paciente já não transmite mais a doença.

A interrupção do tratamento também aumenta a resistência da doença aos medicamentos padrão, dificultando a cura e exigindo esquemas alternativos mais complexos. O número de casos de tuberculose resistente tem crescido, inclusive em pacientes diagnosticados pela primeira vez.

Diagnóstico e Sintomas

A tuberculose é uma doença infectocontagiosa que afeta principalmente os pulmões, mas também pode comprometer outros órgãos, como ossos, rins e meninges. O Brasil estabeleceu metas para reduzir em 90% a incidência da doença e em 95% o número de mortes até 2035, comparado aos dados de 2015. Para isso, é preciso reconhecer os sintomas e buscar o diagnóstico o quanto antes. Os principais indícios são:

  • Tosse persistente por mais de duas semanas, podendo evoluir para tosse com sangue;
  • Cansaço excessivo e prostração;
  • Febre baixa no período da tarde;
  • Suor noturno;
  • Falta de apetite;
  • Emagrecimento acentuado;
  • Rouquidão.

A doença pode ser assintomática em alguns pacientes ou ser confundida com uma gripe, retardando o diagnóstico. A transmissão ocorre por via respiratória, através de aerossóis eliminados pela tosse, fala ou espirro de uma pessoa infectada sem tratamento.

Prevenção e Tratamento

Em Manaus, a Prefeitura de Manaus, por meio da Secretaria Municipal de Saúde (Semsa), investe na investigação de contatos de pacientes com tuberculose ativa para identificar novos casos e tratar infecções latentes. Em 2024, 42,5% dos contatos identificados buscaram avaliação nas unidades de saúde, resultando em 2.259 tratamentos preventivos iniciados.

Além disso, a Semsa implementou o Sistema iTB, que agiliza o acesso a exames como Raio-X, facilitando o diagnóstico e tratamento.  Todos os anos, campanhas educativas e de sensibilização da semana marcam o mês de março. Desde 1982, a Organização Mundial da Saúde (OMS) elegeu 24 de março como o Dia Mundial de Combate à Tuberculose, uma data para alertar sobre essa doença infecciosa e transmissível.

Entre as ações programadas para 2025 em Manaus, estão o curso “Tuberculose: Acolhimento na Atenção Primária”, voltado para profissionais de saúde, uma caminhada no Dia Mundial de Luta contra a Tuberculose (24 de março) e o lançamento do Boletim Epidemiológico – Tuberculose 2025, com dados atualizados sobre a doença.

A melhor forma de prevenir a transmissão da doença é por meio do diagnóstico precoce e início do tratamento adequado o mais rápido possível pois, em geral, 15 dias após iniciado o tratamento a pessoa já não transmite mais a doença. A terapia deve ser feita por um período mínimo de 6 meses, diariamente, sem nenhuma interrupção e só termina quando for confirmada a cura total do paciente.

Além disso, a avaliação de contato é uma estratégia crucial na prevenção e controle da tuberculose (TB), sendo essencial para identificar indivíduos que possam ter sido expostos ao bacilo da tuberculose.

Essa avaliação deve ser realizada em pessoas que convivem de forma próxima com pacientes diagnosticados com TB, especialmente em grupos de risco, como crianças, idosos e indivíduos com doenças crônicas ou imunossuprimidos. A investigação inclui identificar os contatos mais próximos, como familiares e colegas de trabalho, seguido de exames como radiografia de tórax, teste tuberculínico e avaliação clínica. Dependendo do resultado, o contato pode necessitar de tratamento preventivo para evitar o desenvolvimento da doença.

Vacinação com BCG, administrada ao nascer ou até os quatro anos, além de ambientes bem ventilados, limpos e que recebam sol, além de hábitos saudáveis, são medidas adicionais de prevenção contra doenças infectocontagiosas como a TB.